05 novembro 2012

Crónicas de uma gravidez (das 24 às 32 semanas- DG)


Às 24 semanas fui fazer a custosa análise da glicose. Depois de beber aquela mixórdia achei que os resultados não íam ser muito bons pois senti-me bastante afectada pelo açucar (tonturas, dores de cabeça) que intuí não ser bom sinal. E não me enganei. Quando recebi os resultados, pesquisei na net e encontrei o documento com os critérios para diagnóstico da diagetes gestacional (DG) da direccção geral de saúde e percebi que tinha DG.
Enviei imediatamente um email ao meus obstetra que me indicou que marcasse consulta com a endocrinologistada clínica.
Começava aqui a saga dos probleminhas que me afectaram nesta gravidez.

A consulta com a endocrinologista correu bem. Explicou que teria que medir os níveis de glicemia 4 vezes ao dia, quais eram os limites e qual o plano alimentar a seguir.
Na mesma altura tive consulta com o meu obstetra e verificámos que o Miguel já estava cefálico. Fiquei toda contente pois queria parto normal como da Mafalda e as coisas estavam a caminhar no bom sentido. Ainda perguntei ao médico se ele manteria a posição até ao final ou se poderia mudar mas o médico disse-me que era pouco provável que depois de encaixar volta-se a sentar-se. Excelente, pensei eu! Em relação ao peso do bébé (um dos problemas da DG é os bébés nascerem com muito peso) tudo parecia estar bem em todas as ecografias realizadas até à data pois o peso estava perfeitamente normal.

O plano alimentar da DG não foi díficil de cumprir. O meu principal problema era ter que comer legumes à refeição mas a médica tranquilizou-me e disse que se não conseguia comer saladas ou legumes bastava aumentar a dose de sopa, o que para mim não era problema.
Medi os níveis durante quase 3 semanas e depois fui novamente a consulta para avaliar. Os níveis estavam bem, no geral. Apenas após o pequeno-almoço havia 2 ou 3 valores acima do limite mas pouco. Contudo, a médica achou que seria melhor introduzir insulina para ter a certeza que mesmo esses ficavam dentro dos limites. Também as medições passaram de 4 para 6.

No mesmo dia tive consulta com o meu obstetra e surpresa das surpresas,o Miguel tinha-se sentado. Eu bem que tinha sentido qualquer coisa uma noite mas preferi não acreditar que era ele a dar a volta novamente... Se ele se mantivesse assim, teriamos que fazer cesariana.
Perante esta hipótese e tendo em conta que eu não me sentia nada à vontade com uma cesariana, ponderei seriamente em ir para a Ordem da Lapa em vez do S. João pois assim seria o meu médico a fazê-la mas com os acontecimentos  que se desenvolveram mais à frente coloquei totalmente de parte esta hipótese.

Tudo isto coincidiu com o nosso período de férias. Passámos 5 dias na praia e depois fomos para Trás-os-Montes. Consegui, com sacrífico, cumprir a dieta mas senti que abusei um pouco dos esforços por essa altura pois acabámos por andar sempre de um lado para o outro.
Durante as férias, fui enviando os resultados dos níveis de glicemia à endocrinologista  e introduzimos mais uma toma de insulina antes do jantar. Portanto, 6 picadas nos dedos por dia e 2 na barriga. Haja fartura!

Eu não sou de fazer grandes dramas com pequenas coisas mas estava um bocadinho “chateada” com a história da DG. Por um lado, implicava eu estar sempre enfiada na cozinha a fazer sopa e refeições dentro das especificações. Por outro lado, impossibilitava idas ao restaurante, as férias não foram conforme planeado pois ir para hotel era impossível e até mesmo a ida a casa de amigos era feita com a marmita atrás. Além disso, havia a obrigatoriedade de não esquecer as picadas o que se tornava uma verdadeira seca. Contudo, isto ía-se revelar um problema menor  mas claro, eu não sabia o que me esperava.

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